Ex-executiva da Avon acusada de fazer idosa de escrava diz que situação foi ‘forjada’
Mariah Corazza, ex-executiva da Avon que foi acusada de manter uma senhora de 61 anos em situação análoga de escravidão, disse que a cena encontrada pela polícia e pelo Ministério Público foi “forjada”.
Em entrevista a Folha de São Paulo, ela contou que a mulher nem mesmo trabalhava como doméstica na casa dela. Mariah afirma que deu um quartinho para ela na propriedade e que sua função era apenas cuidar dos cães, para isso ela recebia R$ 400, divididos em duas parcelas, que segundo Corazza “está dentro do razoável”.
A mulher diz ainda que a idosa tinha a chave dona casa dela e acesso ao banheiro da casa e que não tinha necessidades de fazer as necessidades em um balde como foi constatado no local:
“Na minha casa tinha um banheiro na lavanderia. Nunca vi ela usando. Mas ela tinha a chave. Poderia ter usado. Não tinha por que fazer as necessidades em um balde. Então me parece que essa é uma história um pouco forjada, um pouco manipulada”, declara.
Ela defende ainda que sua intenção era de ajudar a mulher, que foi empregada da avó e da mãe dela, e ficou sem trabalho depois que foi dispensada por elas.
“Acabei ficando com dó. E me solidarizei com a Neide. Conversei com ela e disse ‘tem o quartinho’. Ofereci para ela colocar as coisas lá, pelo menos temporariamente. Ela aceitou prontamente”.
Corazza diz que foi prejudicada pela “manipulação” e demitida assim que a história veio à tona. E aponta que a empresa sequer lhe deu a oportunidade de contar sua versão. A Avon anunciou a demissão da executiva em suas redes sociais imediatamente após o escândalo.
Mariah conta que desde lá ninguém mais quer empregá-la.
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