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Médicos choram enquanto pacientes morrem no Amazonas


Por Raimundo de Holanda

07/02/2019 20h14 — em
Bastidores da Política



A crise no setor de saúde é apenas uma extensão das diversas fraturas do Estado. Não é  apenas a saúde que está na UTI, é um Amazonas desorganizado, com gente  incompetente, afoita, atrasada e despreparada para os desafios do momento.

Os médicos sempre reclamaram de melhores condições de trabalho, mas havia governo e interlocutores com os quais conversavam . Hoje a interlocução  acabou e o povo agoniza nos hospitais, 

O que os médicos estão fazendo é o que se espera deles: mostrar  que zelam pela vida, pois para isso foram preparados.

Julgar de forma negativa esse comportamento, atribuindo as  denúncias a um possível controle da presença desses profissionais no local de trabalho  é um atentado ao bom senso, uma negação da verdade - pois são fartos os casos que revelam o total abandono da rede hospitalar pelo Estado.

O caos que o Amazonas está vivenciando no momento - da saúde à educação, dos pacs às obras paradas -  é uma prova contundente de que não há governo e  não há gerenciamento da coisa pública. 

Estarrecida a população  assiste médicos desesperados, com lágrimas nos olhos,  frustrados na tentativa de salvar vidas, enquanto  pacientes morrem por falta de coisa básica, como um simples cordão. 

Não terá chegada a hora dos órgãos de controle agirem para evitar que diante de tanto descalabro recursos públicos se percam nos escaninhos  do poder?  Não terá chegado hora de o Poder Legislativo intervir, seja com um processo de impeachment, seja constituindo uma comissão para atuar junto ao novo  governo, apontando falhas e sugerindo caminhos que coloquem novamente a máquina nos trilhos? 

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.