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Bombas que podem explodir no colo do governador do Amazonas


Por Raimundo de Holanda

06/06/2019 22h00 — em
Bastidores da Política



O governador Wilson Lima tem algumas bombas para desarmar nas próximas semanas, ou seu governo pode sumir em uma explosão de denúncias que exigirá ação saneadora dos órgãos de controle. A mais grave delas envolve o sistema prisional. Relatório produzido pelo deputado Alberto Neto (PRB-AM) e aprovado pela Comissão Externa sobre o Sistema Penitenciário da Câmara dos Deputados aponta que o governo foi omisso nas duas rebeliões deste ano ou, no mínimo, desatento. Nas palavras do deputado Pablo Oliva Souza (PSL-AM), as autoridades não conhecem a realidade dos presídios e a população do Estado “está nas mãos de criminosos armados e do tráfico de drogas”. Um recurso de  linguagem utilizado pelo parlamentar  para explicar a falta de governo.

O governador teve a oportunidade de desarmar essa bomba, cortar o fio que guarda os dados digitais do explosivo, mas preferiu viajar para o exterior, cumprindo uma pauta política sem nexo com o Estado. O vice governador  Carlos Almeida se omitiu. Resultado: passaram uma ideia negativa do governo.

A escolha de Manaus  para sediar o encontro de  secretários de Justiça com o Ministro Sérgio Moro, na segunda-feira, é parte  de uma reação do governo federal, que começou a ver com desconfiança as medidas adotadas por Lima e seu vice, começando pela confusa lista de presos não envolvidos na chacina, mas apontados pelo governo do Amazonas como “mandantes".  A intervenção do Ministério Público Estadual desmascarou a farsa.

ARAPONGAS TE ESCUTAM

O sistema “Guardião” de interceptação telefônica voltou a ser usado pelo governo do Amazonas, segundo denúncia feita ao Ministério Público pelo Deputado Wilker Barreto,  para grampear telefones de  adversários políticos. 

A denúncia, caso comprovada, constitui  uma prática criminosa dentro de órgão de segurança do Estado, e  seus autores precisam ser punidos  com rigor. 

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ASSUNTOS: Amazonas, Bonates, Carlos Almeida, rebelião presídios, sergio moro, wilson lima

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.