Compartilhe este texto

Direita brasileira redescobre caminho para 'tomar' o poder


Por Raimundo de Holanda

05/02/2023 20h36 — em
Bastidores da Política



Ao se afastar de Bolsonaro, que se tornou corrosivo após os atos de 8 de janeiro, os partidos de direita  se reorganizam e fazem aposta na conquista de uma base forte para disputar as eleições de 2026. No radar, o processo eleitoral de 2024, com a eleição de prefeitos e vereadores.

Não muda o projeto de poder, muda a estratégia de poder - que passa pelas urnas. O que é bom e pode, no curto prazo, reduzir as tensões que vêm dividindo o País e dando ao ministro Alexandre de Moraes um protagonismo perigoso na “defesa da democracia”.

Essa mudança de estratégia, especialmente do PL, é  uma demonstração de rara inteligência na escolha do  único caminho possível de retornar ao poder: pelo voto.

Isso exclui Bolsonaro, como líder, até pelo profundo desgaste que o ex-presidente tem sofrido, inclusive entre seus apoiadores mais ferrenhos.

A questão é saber se o ativismo do Judiciário na “defesa da democracia” é uma exceção, necessária neste momento, ou uma regra que prosseguirá para além das eleições de 2024 e 2026.

Cabe ao Congresso atuar de forma que o sistema de freios e contrapesos, pendendo a favor da Suprema Corte, seja restabelecido. Mas é esperar demais de um Congresso que tem sido omisso, se distanciado dos eleitores e permitido que o Poder Judiciário imponha regras que teriam, numa democracia, necessariamente, que ser proposta pelos legisladores.

Siga-nos no

ASSUNTOS: Bolsonaro, eleições 2024, eleiçoes 2026, extrema direita, Lula

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.