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Fidelidade e filhos durante o confinamento


Por Raimundo de Holanda

30/05/2020 19h42 — em
Bastidores da Política



Estamos  saindo aos poucos do confinamento, mais fiéis do que  sempre (ou nunca) fomos. Foram dias de descobertas - da  mulher da qual nos distanciávamos, dos filhos que não tínhamos tempo de conhecer. Foi um aprendizado.

Mas se nos tornamos mais próximos da mulher amada, a  proximidade dos filhos (e os conflitos daí resultantes) nos fez perder mais do que eles. Perdemos o titulo de pais-heróis. Tudo o que importava e alimentava nossa ideia de que eles estavam crescendo à nossa sombra, a partir de conceitos que  pré-concebíamos. Não era assim.

Mas também aprendemos que não podemos projetar para eles asas que se derretam ao Sol, como fez Dédalo para seu filho Ícaro. Que esse convívio forçado foi bom, porque percebemos que, se o mundo mudou lá fora, a transformação dentro de casa foi imensa.

Nunca mais seremos o que fomos antes da pandemia, nunca mais olharemos para eles sem saber o que eles pensam.

Eles descobriram nossas fraquezas como pais, nossa visão miúda do mundo. E se deixamos de ser para eles pais-heróis, eles passaram a ser filhos-heróis, com liberdade para ver as estrelas e abrir o mundo para novas idéias.

Quero encerrar a coluna de hoje citando meus filhos-heróis: Estrela, Marcos e Samara. E a mulher da minha vida, Graciela Todos redescobertos durante o confinamento...

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.