Doentes de vaidade e sem remédio no governo
O governo Wilson Lima descobriu que os meios republicanos de compra no serviço público estão em vigor. E recuou da decisão precipitada de comprar medicamentos com sobrepreço. Não a tempo de evitar um medida perigosa de adquirir frascos de soro superfaturado em 350%. Mas o reconhecimento de que há atas em vigência é um pequeno avanço para uma administração que começou mal.
Nesta sexta-feira, o secretário Carlos Almeida reconheceu que há atas de preço em vigor e que serão analisadas. Um pequeno passo no sentido de recuperar a credibilidade perdida com o denuncismo que marcou essa semana de governo.
Almeida tem pela frente grandes desafios. O que não pode é chamar para si a atenção da mídia com propósito eleitoreiro. Se quiser disputar a prefeitura de Manaus, como parece ser sua intenção, tem que buscar aumentar a qualidade dos serviços na atenção primária, ainda que isso exija parcerias com as prefeituras, melhorar a infraestutura hospitalar, responder à demanda por cirurgias, ampliar leitos.Há muito a fazer.
O lero-lero, o exibicionismo puro e simples não levam a nada. Mostram apenas que se a saúde está doente, há doentes de vaidade sem remédio no poder.
GOVERNADOR GOSTA DE FOLIA
Wilson Lima procurou ontem o prefeito Arthur Neto para falar do que ele mais gosta: folia. Tratou da possibilidade de ações conjuntas com a prefeitura em Manaus, mas a prioridade ficou mesmo para o Carnaval, que deverá ser tocado a quatro mãos este ano na capital.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.