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Hospital de R$ 2,6 bilhões vira poço sem fundo no Amazonas


Por Raimundo de Holanda

02/10/2019 20h08 — em
Bastidores da Política



O governo do Amazonas  vai gastar mais R$ 100 milhões para colocar em pleno funcionamento o Hospital Delphina Aziz. A unidade de saúde se transformou num verdadeiro ‘poço sem fundo’, onde uma parceria público-privada engole milhões sem a contrapartida garantida em contrato com o Estado. Em março o Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH) foi contratado por R$ 172,1 milhões para administrar o Delphina, já recebeu R$ 33 milhões e só 37% da unidade hospitalar está em funcionamento.

Nesta quarta-feira o  governador Wilson Lima assinou financiamento de R$ 400 milhões com o BB, dos quais sairão os R$ 100 milhões para ativar os 63% do hospital que ainda se encontram desativados.

Os números do Delphina são astronômicos. A parceria para a construção foi de R$ 117,95 milhões (2013), mais uma mensalidade de R$ 11,36 milhões durante 20 anos, ou R$ 2,6 bilhões no total.

O hospital criado para ‘desafogar’ os atendimentos de urgência e emergência nos prontos socorros da cidade, continua funcionando parcialmente, mas consumindo recursos integralmente.

CADÊ A LEI DE LICITAÇÕES ? 

A  Sefaz está contratando cerca de 120 estagiários  de nível superior e médio através de uma universidade de Juazeiro do Norte, Ceará.  O contrato é de R 1 milhão. A Universidade do Assaré já vem atuando no Amazonas nesse tipo de  seleção de  candidatos  desde o ano passado, quando ganhou contrato  de R$ 5,6 milhões com nove secretarias do Governo do Amazonas, também para selecionar estagiários. 

O estranho nisso tudo é a falta de um processo licitatório, que dê espaço para instituições amazonenses participarem  do processo.  Uma burla da lei de licitações, uma vez que não estão sendo contratados  profissionais de notória  especialização, mas estagiários, o que não justifica o processo de dispensa, por mais qualificada que seja a Universidade de Assaré.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.