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Impeachment e jogo de poder


Por Raimundo de Holanda

07/07/2020 22h00 — em
Bastidores da Política



Ao ser acolhido parecer da  Procuradoria da Assembleia Legislativa pela abertura do processo de impedimento do governador Wilson Lima e de seu vice, Carlos Almeida, começa  um jogo de poder que se estenderá por longas semanas, ou meses. No final, o governo vai ficar  com quem tiver talento para o exercício  da administração pública.

O  que teve início nesta terça-feira,  com a aceitação da  denúncia contra o governador e seu vice, foi um jogo com três atores no mesmo palco. Um sabe dançar em um mundo de oportunidades que caiu em suas mãos e ele tornou pequeno;  o outro não  conseguiu enxergar ainda as oportunidades que a vida  lhe oferece,   e o terceiro precisa  exercer a paciência  e ter senso de oportunidade para  tomar decisões sem usar o fígado, porque é um jogo que  lhe favorece.

Não tem torcida , mas tem menos obstáculos  pela frente.

É o favorito, não porque a torcida na arquibancada o apoie, mas porque até aqui  cometeu menos falta, menos infrações e não foi penalizado.

Os gandulas que serão escalados para pegar as bolas jogadas fora  de campo,  vão atirá-las  em seus pés. Se tiver talento, como dizem que tem, pode aproveitar e fazer o gol da sua vida.

Mas o jogo não termina aí. A política  tem sido uma tragédia. Com a rapidez com que eleva, promove, dá status e reconhecimento,   ela empurra alguns atores para a lixeira.

Quem sair vitorioso desse jogo tem que separar o público do privado, governar para a sociedade, não para os amigos. Olhar o Estado e apontar caminhos. Restituir ao Poder Executivo o respeito e a dignidade perdidos.

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ASSUNTOS: Amazonas, Bolsonaro, Carlos Slmeida, deu positivo, José Netom impeachment, wilson lima

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.