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MPF X Aleam, a saúde padece de orgulho


Por Raimundo de Holanda

26/04/2020 22h31 — em
Bastidores da Política



Ao recomendar ao Governo Federal “ação direta” no sistema de saúde do Amazonas,  “se concluir que os fluxos de atendimento e a estrutura estabelecida são inadequadas”, o Ministério Público Federal, o MP Estadual e o MPT não fizeram  outra coisa senão sugerir intervenção na saúde do Estado.

Encontrar desconformidade entre a “sugestão” apresentada e o pedido de intervenção feito pelos parlamentares, é mero jogo de palavras.

Se a “sugestão” dos MPs convergem de alguma forma com o pedido de intervenção feito pelos deputados, o erro não está na coincidência, nem na forma, ou  nos objetivos, que parecem comuns.

O Erro está na tentativa, equivocada, de separar ações de um poder legitimamente constituído e com atribuições fiscalizadoras, das dos   órgãos de controle. Em algum momento, como agora,  essas ações teriam que convergir.

E essa convergência fica evidente quando os MPs indicam  que “caso fique comprovado que “o  Estado do Amazonas não tem capacidade para promover a imediata correção, garantindo a assistência da população amazonense, será necessária “ a atuação direta do Ministério da Saúde nas ações de vigilância epidemiológica e sanitária e no atendimento em saúde relativos à pandemia(…)”

O que é isso, senão um apelo à intervenção?

A negativa de que tudo converge é um desserviço maior à saúde, cria  conflitos desnecessários e serve a interesses de grupos que se digladiam enquanto o povo morre.

Os próprios MPs fazem juízo de valor no  oficio  33/2020, encaminhado  ao Ministro  Nelson Luiz Spderle Teich, ao afirmarem que “a inaptidão do Estado do Amazonas em levar a cabo de modo tempestivo e eficiente, o plano de contingência por ele próprio elaborado, bem como a falta de transparência quanto as medidas relacionadas à pandemia, leva a necessidade de que a União exercite urgentemente suas atribuições de fiscalização e de execução suplementar dos serviços de saúde”…

O que é isso, senão um apelo à intervenção?

Veja abaixo trecho da recomendação dos MPs ao Ministério da Saúde: 

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ASSUNTOS: Amazonas, COVID-19, Manaus, mortes pela covid-19, mpe, MPF, wilson lima

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.