O governo Wilson Lima e a síndrome de Alice
- O governador Wilson Lima tem um inimigo: ele se chama tempo - tempo passado, que ele não aproveitou e não pode recuperar. Tempo futuro que vai depender da forma como está olhando o presente e se posicionando para mudar a percepção, ruim, criada em torno da sua imagem. O agora é o presente, em duplo sentido. Presente que oportuniza reações, presente em que se constrói o futuro. Desperdiçá-lo, como vem fazendo, é desperdiçar a oportunidade de assegurar que o barco que comanda não encalhará na viagem a 2022.
O governo Wilson Lima vem degenerando pelas bordas e seu núcleo apresenta defeito de origem: falta de percepção da realidade e capacidade de produzir crises.
O problema está na formação do corpo do governo, no estilo frankstein - parece não ter importado muito de onde vinham seus órgãos vitais e a capacidade de cada um deles interagir com a administração pública.
O resultado é um governo que se auto-incrimina, se auto-conspira, se afasta da sociedade.O risco é acabar antes do tempo.
Se o tempo é inimigo, ele também dá oportunidades que não podem ser desperdiçadas. É o tempo que escreve a história. Mas a questão é como o jovem governador pretende passar para a história…
O governo padece da síndrome de Alice - não tem noção do tamanho dos problemas nos quais se meteu. O remédio é um choque de realidade, que só o governador, saindo da imersão na qual foi colocado, pode dar.
ASSUNTOS: Amazonas, covid, cpi da saúde, impeachment, wilson lima, Coronavírus
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.