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O instinto de matar vai predominar nos anos Bolsonaro


Por Raimundo de Holanda

30/12/2018 8h32 — em
Bastidores da Política



Todos os brasileiros terão direito a posse de armas. A medida virá por decreto do novo presidente. Simples assim. O problema é que  o instinto de matar é inerente a todo o ser animal, aí incluído o homem, que se diferencia dos outros animais porque pensamos e, portanto,  somos 'racionais'. Essa diferenciação apenas nos torna mais cruéis,  mais destrutivos que qualquer outro animal.

Jamais terei uma arma de fogo em casa pelo simples fato de que não me conheço, apesar de um longo esforço para compreender minhas emoções e dominá-las. E isso é ser racional. 

O fato de pensar não nos torna menos animais ou menos violentos. Nossos limites estão no nosso conhecimento. Se conhecemos nossos limites então teremos a sabedoria de dizer não ao livre comércio de armas. Se nos conhecemos é porque sabemos que é tênue a linha que separa a  raiva momentânea do instinto de matar.Se nos conhecemos, utilizaremos nossas mãos para nos defender ou para estendê-las ao inimigo ou agressor num gesto de paz.

Para que a arma senão para aumentar o crime, para estimular as diferenças, para tonificar o ódio, a intriga e a morte?

Um general desses tempos turbulentos e incertos, comparou a arma a um carro. Uma 'incrível' comparação, tão irracional quanto o decreto que Bolsonaro pretende assinar.

Há uma turba ansiosa por esse decreto. Há um país em perigo. Há uma estrada a espera desse decreto  para ser pavimentada   de sangue e pela qual não pretendo passar.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.