O mau exemplo do Sinteam
A diretoria do Sindicato dos Professores do Amazonas (Sinteam), tem razão quando defende a adoção de medidas que garantam a segurança e a saúde dos professores e alunos em tempos de pandemia.Mas erra quando radicaliza, coloca cadeados nas escolas, invade um órgão do governo e exige uma audiência que não foi marcada. Peca pelo excesso, pela provocação, pela falta de postura. E assume o risco de reações violentas, com todas as consequências daí derivadas.
A direção do Sindicato tem que lembrar que não foi constituída para representar interresse de partido político. Cabe-lhe, apenas, a defesa, dentro de regras republicanas, de seus associados.
A resistência a que professores retornem as salas de aula tem algum fundamento - receio de contágio pelo coronavírus, mas essa parece ainda uma luta solitária da direção do sindicato, não compartilhada por 30 mil professores da rede estadual.
Entender esse descompasso entre sindicato e professores não é difícil: o coronavirus destruiu muitas famílias, afetou a autoestima das pessoas e o retorno ao trabalho não é apenas um desafio, é uma necessidade.
Necessidade de recompor elos perdidos durante a pandemia. Claro que seguindo protocolos e, quando houver falhas, lutar para que sejam garantidos e respeitados.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.