Os vilões da pátria amada
Nunca o Supremo Tribunal Federal foi tão achincalhado. Uma aliada do presidente Bolsonaro vai para a frente da Corte e chama o ministro Alexandre de Moraes de “FDP arrombado”, outro usa as redes sociais para dizer que o ministro é um “moleque”. Tudo isso, em tese, chancelado pelo Palácio do Planalto. Não há lições a tirar disso, a não ser que o Brasil carece de referências, que os “heróis” morreram e os vilões tomaram conta do país.
Não há lado a escolher porque a paixão, o ódio, o desejo de revide agora prevalecem sobre o bom senso.
Há um incendiário no Planalto e um grupo de zumbis espalhando gasolina na democracia. Do outro lado da Praça dos Três Poderes, um ministro age como delegado, promotor e juiz. Ele investiga, acusa, julga e pode condenar. Não é este o papel de um ministro da Suprema Corte..
Esse comportamento apequena um dos poderes mais importantes da República. E reforça a tese do ódio - que reside em vários gabinetes de Brasília.
Os brasileiros procuram um herói que lhes aponte caminhos, que abra as janelas para os raios do sol entrar. Procuram uma referência, mas só encontram anti-heróis, com atos questionáveis que só aprofundam crises e produzem desesperança.
ASSUNTOS: Abraham Weintraub André Mendonça, Alexandre de Moraes, Bolsonaro, sara winter, STF
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.