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Se os que morreram em novo massacre no Compaj falassem...


Por Raimundo de Holanda

26/05/2019 16h44 — em
Bastidores da Política



O Compaj viveu   mais um dia de massacre entre presos pertencentes a facções criminosas. A ocorrência revela que não existe a segurança que o governo propaga na mídia e que o crime organizado continua agindo impunemente, no local onde ele deveria ser contido.

O deslocamento de integrantes do PCC para o prédio antes ocupado pelas mulheres e a decisão de colocar no mesmo local presos provisórios e condenados a um metro do muro onde a FDN dita as regras do jogo se revelou um desastre. A versão oficial, dada no final da tarde deste domingo pelo secretário de Administração Penitenciária, coronel Marcos Vinícius Almeida, de que não reconhece facções e, portanto, o episódio estaria concentrado em motivação interna, apenas leva o contribuinte a questionar as razões pelas quais o Estado do Amazonas gasta quase R$ 200 milhões com a empresa Umanizzare, responsável pelas "questões internas" dos presídios, já que a origem dos massacres estaria ai, na simplória versão do secretário 

O coronel poderia reconhecer que falhou. E que a administração penitenciária mantém-se na velha rotina burocrática, enquanto os criminosos se valem dos recursos que dispõem para criar situações de crise, nas quais se fortalecem.

Quinze mortos em uma briga entre presos com duração de poucas horas é um número alto. Ou o coronel também não reconhece esse fato ?

Isso  tem  relação direta  com o afrouxamento da vigilância, coisa que não deveria acontecer num presídio.

 BOLSONARO NÃO TEM NOÇÃO DO ESTRAGO 

QUE ESTÁ FAZENDO COM A IMAGEM DO PAÍS

O presidente Jair Bolsonaro apareceu sorridente na TV com o resultado da manifestação  de apoio ao seu governo. Não percebeu que passou a impressão de um País dividido e que não entende como funciona uma democracia. A ideia de governar com o  "apoio das ruas", não pega. Igualou-se A uma caricatura  de Chaves e Maduro, porque o Brasil não é a Venezuela. 

Seus fanáticos seguidores são tão sem noção que deram entrevistas  dizendo que estavam na manifestação pelo Brasil.  O que menos o País precisa é de demonstração de um governo fraco, que busca apoio em  manifestações bizarras 

Bolsonaro, com esse recurso de usar seguidores fanáticos para tentar fortalecer seu governo vai acabar sozinho.

A desilusão é tanta que esse tipo de manifestação tende a encolher a tal ponto que o presidente terminará como Collor, apelando  para que não o deixem sozinho. 

PESQUISA MOSTRA FORTE APOIO DE

MANAUS À GREVE DOS PROFESSORES

Mais de 60% dos eleitores  de Manaus deram apoio a greve dos professores encerrada no 'último sábado, segundo a Action,  que realizou entrevistas com 1.102  eleitores nas diversas zonas da cidade.  Em outra questão colocada para os entrevistados, a pesquisa mostra que 62, 6% entenderam que os professores estavam corretos  ao reivindicarem o reajuste  de 15% Os que apoiavam o governo contra os professores somaram apenas 7,5%.  A amostra, feita com exclusividade para o Portal do Holanda,  foi obtida entre  20 a 23/05/2019. A margem de erro é de 3%, para mais ou para menos.

 

 

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ASSUNTOS: Bolsonaro, compaj, greve-dos-professores, Manaus, pesquisa, presos, rebelião amazonas

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.