R$ 2,5 bilhões da saúde drenados pela corrupção no Amazonas
- Agora a CPI avança em um terreno pantanoso, permeado de interesses, onde até a morte tem um preço - como foi o caso dos respiradores pulmonares superfaturados…
R$ 2,5 bilhões em pagamentos indenizatórios do governo do Amazonas a prestadores de serviço na área da saúde - entre 2011 e o primeiro trimestre deste ano - podem ter sido drenados para alimentar a corrupção de agentes públicos e empresários. A estimativa é da CPI da Saúde, depois de levantamento de que nesse período foram pagos, a titulo de indenização, R$ 5 bilhões. Metade foi, segundo o presidente da Comissão, delegado Péricles, provavelmente desviado.
Agora a CPI avança em um terreno pantanoso, permeado de interesses, onde até a morte tem um preço - como foi o caso dos respiradores pulmonares, necessários para salvar vidas, mas que foi transformado em um negócio onde menos o que importava era a vida de amazonenses infectados pelo coronavírus, porque o equipamento, superfaturado, não atendia aos requisitos necessários para uso em pacientes graves.
A CPI suspeita de enriquecimento sem causa de agentes dos sucessivos governos e deve entregar um relatório aos órgãos de controle - Policia Federal, Ministério Público Federal e Estadual, além da Controladoria Geral da União, pelo fato de verbas da fonte 100 ( Estado) a recursos federais se misturaram em operações suspeitas.
Para o Presidente da CPI, delegado Péricles, contratações sem licitação, previstas como exceção, tornaram-se regra na saúde e vem crescendo a cada governo.
Como se observa, o caso da saúde no Amazonas é delicado, por estar ligado a doença da corrupção que afeta os governantes - mesmo aquele que jurava resolver todas as “broncas”do setor. Sujou as mãos de lama e as lavou quando cobrado pelas milhares de mortes por Covid no Estado do Amazonas
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.