Documentos e conversas captadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, indicam que Márcia de Oliveira, esposa de Fabrício Queiroz, e a mãe do miliciano morto Adriano Magalhães da Costa Nóbrega, se encontraram para combinar um plano de fuga para toda a família, caso as prisões fossem decretadas. 

"A análise do material apreendido demonstrou que os ora requeridos embaraçaram o regular andamento da investigação, com dinâmica estruturada, que envolveu atos de adulteração de provas, informações falsas nos autos, sonegação de endereços e paradeiros de investigados, além de possível envolvimento de Fabrício Queiroz com milicianos do Itanhangá e um plano de fuga organizado para toda a família do operador financeiro que contaria com a atuação do então foragido Adriano", afirmam os promotores.

No trecho de uma das conversas, elas comentam sobre o auxílio do miliciano, que ainda estava vivo, nos planos e chegam a marcar um encontro em uma casa Astolfo Dutra, em Minas Gerais: "Amiga, o que você acha de vir aqui amanhã? Pessoalmente a gente resolve tudo. Você não acha?”, escreveu Raimunda Magalhães, mãe de Adriano.

O encontro teria ocorrido no dia seguinte com a participação do advogado Luiz Gustavo Botto Maia, sobre a orientação e planejamento prévio do homem que usa o codinome “Anjo”. Há até uma foto do encontro dos três. A polícia acredita que ele seja o advogado Frederico Wassef, dono da casa onde Queiroz foi preso ontem.

A esposa de Adriano, Danielle Mendonça da Costa Nobrega, também aparece nas conversas e tem presença confirmada na reunião com Márcia, a sogra dela e Botto. Danielle também era lotada como funcionário de Flávio na Alerj, ela recebeu salário por 10 anos pelo gabinete dele.

Botto, por sua vez, também é foi alvo na operação de ontem que culminou com a prisão de Queiroz, e tudo leva a crer que ele levava recados de um envolvido para outro. Na casa dele foram apreendidos documentos e aparelhos eletrônicos.