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Mais Médicos: dois municípios e dois distritos indígenas não tiveram nenhum interessado até agora

Por Portal Do Holanda

30/11/2018 9h30 — em
Brasil



BRASÍLIA - Entre os 27 municípios de extrema pobreza e os nove distritos sanitários especiais indígenas (DSEIs) localizados na Amazônia em que ainda há vagas a serem preenchidas no programaMais Médicos , a situação é pior em quatro deles. Nos municípios de Juruá e Jutaí e nos distritos indígenas Médio Rio Purus e Médio Rio Solimões e Afluentes, todos no estado do Amazonas, não houve ainda nenhum médico interessado em atuar em um dos postos de trabalho disponíveis.

O DSEI Médio Rio Solimões e Afluentes tem 12 vagas, mas nenhuma foi ocupada até agora. No DSEI Médio Rio Purus, são sete, mas também não há interessados até o momento. Nos municípios de Jutaí e Juruá, há seis e três vagas respectivamente, mas todas seguem vazias.

Em outros 25 municípios e sete DSEIs, apareceram interessados, mas não em número o suficiente para preencher todas as vagas. O distrito sanitário indígena com mais postos de trabalho, por exemplo, é do Alto Rio Solimões. São 27 ao todo, mas só quatro foram preenchidas até agora.

Com a saída dos médicos cubanos que trabalhavam no programa, em razão das divergências entre o governo de Cuba e o presidente eleito Jair Bolsonaro, o Ministério da Saúde lançou um edital para o preenchimento de 8.517 vagas, das quais 8.185 estão em 2.824 municípios, e 332 estão distribuída em 34 DSEIs. Segundo o último balanço da pasta, 8.366 já foram preenchidas, mas 151 continuam à espera de interessados.

Considerados todos os 34 DSEIs, ainda há 83 vagas para serem preenchidas, ou seja, um quarto do total. Nos municípios a situação é um pouco melhor: 68 de um total de 8.185 (menos de 1%), ainda não tiveram interessados. O Ministério da Saúde classifica as cidades em sete faixas. A última delas, em que estão todos os municípios com vagas a serem preenchidas, são os de extrema pobreza. O balanço do Ministério da Saúde, porém, não mostra alguns problemas que estão sendo revelados pelos gestores municipais.

Levantamento do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) mostra que, 2.844 médicos aceitos no programa estão deixando postos em equipes do programa Estratégia Saúde da Família. O presidente do Conasems, Mauro Junqueira, estima que, considerando outras áreas, como Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais, mais de 50% das vagas dos programa foram preenchidas com profissionais que já atendem pelo SUS. Assim, estão apenas trocando seus postos atuais de trabalho por outros, em busca de salários e condições mais vantajosas.

Outro problema são as desistências. Em Santarém (PA), por exemplo, das 17 vagas ofertadas, dois profissionais mudaram de ideia. Em outro município paraense, Cametá, o secretário de Saúde, Charles Tocantins, contou que três médicos que se apresentaram acabaram desistindo após perceberem que era preciso percorrer 200 km de estrada de terra ou horas de barco da capital até o local.

Até a quinta-feira, apenas 230 dos mais de 8 mil médicos selecionados já haviam começado a trabalhar. Para evitar desistências em massa, o Ministério da Saúde anunciou que passaria a fazer um mutirão de ligações telefônicas para os profissionais. A ideia é pedir que eles antecipem a ida aos municípios ou que desistam de imediato caso não queiram o emprego naquele local. O prazo final para começar a trabalhar é 14 de dezembro.

Lista de municípios com vagas ainda não preenchidas:

Jutaí (AM): 6 de 6 vagas não preenchidas (100% das vagas sem interessados)

Juruá (AM): 3 de 3 vagas não preenchidas (100%)

Eirunepé (AM): 6 vagas de 8 não preenchidas (75%)

Bagre (PA): 3 vagas de 4 não preenchidas (75%)

Santo Antônio do Içá (AM): 3 vagas de 4 não preenchidas (75%)

Envira (AM): 5 de 7 vagas não preenchidas (71,43%)

São Paulo de Olivença (AM): 5 de 7 vagas não preenchidas (71,43%)

Anajás (PA): 2 de 3 vagas não preenchidas (66,67%)

Faro (PA): 2 de 3 vagas não preenchidas (66,67%)

Japurá (AM): 2 de 3 vagas não preenchidas (66,67%)

Tapauá (AM): 2 de 3 vagas não preenchidas (66,67%)

Fonte Boa (AM): 3 de 5 vagas não preenchidas (60%)

Melgaço (PA): 4 de 7 vagas não preenchdias (57,14%)

Aveiro (PA): 3 de 6 vagas não preenchidas (50%)

Boa Vista do Ramos (AM): 3 de 6 vagas não preenchidas (50%)

Curuá (PA): 2 de 4 vagas não preenchidas (50%)

Maraã (AM): 2 de 4 vagas não preenchidas (50%)

Placas (PA): : 1 de 2 vagas não preenchida (50%)

Tonantins (AM): 1 de 2 vagas não preenchida (50%)

Portel (PA): 3 de 9 vagas não preenchidas (33,33%)

Afuá (PA): 1 de 3 vagas não preenchidas (33,33%)

Atalaia do Norte (AM): 1 de 3 vagas não preenchidas (33,33%)

Gurupá (AP): 1 de 3 vagas não preenchidas (33,33%)

Novo Aripuanã (AM): 1 de 3 vagas não preenchidas (33,33%)

São Sebastião do Uatumã (AM): 1 de 4 vagas não preenchida (25%)

Senador José Porfírio (PA): 1 de 4 vagas não preenchida (25%)

Almerim (PA): 1 de 5 vagas não preenchida (20%)

Lista de DSEIs com vagas ainda não preenchidas :

Médio Rio Solimões e Afluentes (AM): 12 de 12 vagas não preenchidas (100% das vagas sem interessados)

Médio Rio Purus (AM): 7 de 7 vagas não preenchidas (100%)

Rio Tapajós (PA): 10 de 11 vagas não preenchidas (90,91%)

Alto Rio Solimões (AM): 23 de 27 vagas não preenchidas (85,19%)

Vale do Javari (AM): 5 de 6 vagas não preenchidas (83,33%)

Alto Rio Negro (AM): 13 de 18 vagas não preenchidas (72,22%)

Parintins (AM): 8 de 12 vagas não preenchidas (66,67%)

Amapá e Norte do Pará (AP e PA): 3 de 9 vagas não preenchidas (33,33%)

Yanomami (RR e AM): 2 de 16 vagas não preenchidas (12,5%)


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

ASSUNTOS: Amazonas, Jutaí e juruá, Mais Médicos, Brasil

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