FVS represa dados e barreira de mortes por Covid no AM rompe em agosto
- O uso politico da Vigilância Sanitária ajudou a mascarar uma situação ainda crítica, mas no limite não impediu que os números rompessem a barreira imposta pela censura a dados e se somassem a um mar de abusos cometidos contra cidadãos indefesos, seja pelo desprezo com a vida, seja pelos negócios dai decorrentes…
O Amazonas encerra agosto com 371 mortes por Covid - das quais 299 de uma suposta recontagem do período mais crítico da pandemia. Agora são 3.649 óbitos desde que o vírus começou a se disseminar pelo Estado.
A Fundação de Vigilância Sanitária reconhece que nos últimos 30 dias 71 pessoas foram a óbito pelo Coronavirus, mas dá pouca ou nenhuma explicação sobre as outras 299 mortes agora reveladas. Ainda que se considere apenas as 71 vítimas fatais da Covid no mês, esse número ainda é alto.
A FVS represou dados e foi ao limite. Essa divulgação tardia dos números reais de mortes diárias pelo coronavírus revela a um só tempo incompetência na tarefa básica de “proteger a saúde da população”, peca por uma informação precária de dados, falha na fiscalização e avaliação do problema sanitário gerado pela Covid.
O uso politico da Vigilância Sanitária é evidente, um desserviço à saúde, um desrespeito aos que sofreram com a morte de parentes e os velaram, sob risco de contaminação.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.